domingo, 12 de fevereiro de 2012

Aquele que “Era parvo e não sabia”


 “A culpa, ou é do cú ou é das calças!” já diz a plebe. Porém, e as cuecas? Nunca ninguém parou para pensar que esta humilde peça de roupa íntima poderá fazer parte da equação? Elas estão lá no meio, a coisa não é tão linear quanto aparenta, vos afirmo e confirmo, até.
“Aiaiai o Cú!” “Coitadinhas das calças!”. Não. Chega. Acabou este ostracismo “socioindumentário”. As cuecas é que pagam as favas todas. As cuecas são imundas, têm raspas de cocó, são coçadas. Mas de quem é a culpa de estarem coçadas? Das calças, que de libido incontrolável, se esfregam nas pobres cuecas dias a fio. E de quem é a culpa das cuecas terem raspas? Do cú, claro, esse sacana que arrisca um fófó mesmo sabendo que pode despoletar um desastre (com molho incluído). Mas lá está, quem arca com todas as consequências são as míseras cuecas, gastas e com tatuagens fecais. Injustiça é pouco! Falta de civismo, racionalismo e muitas outras coisas com sufixo “ismo” da parte das calças e do cú.
Na semana passada, vi um leitão graúdo de gravata e camisa, rubro e suado, sentado a engolfar uma dose de bacalhau com natas interrompida por esparsos goles de Coca-cola n’”A Casa das Bifanas”. No entanto, a culpa não é do cú ou das calças. É dos dois. Pobres cuecas.


Yurgan Clementino

Um comentário: